Estaleiro Rio Grande

Ficha Técnica

NÚMERO: 903    

OBRA: Estaleiro Rio Grande          

CLIENTE: WTorre e PETROBRAS 

LOCAL: Rio Grande / RS           

INÍCIO: Janeiro de 2011      

CONCLUÍDO: SIM

CONCLUSÃO: Maio de 2012

De propriedade da W Torre, empresa responsável por sua construção, com obras iniciadas em 2011, foi arrendado pela PETROBRAS. O Estaleiro Rio Grande está localizado na cidade de Rio Grande / RS, junto ao canal de acesso do Porto do Rio Grande.

O empreendimento incluía, originalmente, um dique seco com 130m de comprimento, 130m de largura e 13,80m de profundidade, e posteriormente aumentado para 350m de comprimento, executado numa região de geologia composta de mais de 45m de espessura de uma camada de areia fina a média, de grão arredondados, e nível freático a cerca de 1,5m da superfície do terreno, intercalado com camadas ou veios de argila siltosa, areia argilosa ou silte argiloso. O valor médio do SPT até o limite das sondagens era de 8 a 11 golpes, com exceção de alguns valores pontuais superiores a 30 golpes. Além do dique, foram construídos dois cais: um de atracação (cais norte) e um de acabamento (cais sul).

As escavações foram estabilizadas por cortinas de estacas prancha metálicas, atirantadas com tirantes de cordoalhas e engastadas no terreno por ficha de curta profundidade. Foi executado rebaixamento do lençol freático por meio de bombeamento por poços periféricos com 45m de profundidade cada.

A GEOPROJETOS iniciou esse projeto em associação com a R. Peotta, que desenvolveu todos os projetos estruturais e de utilidades, ficando à cargo da GEOPROJETOS todos os projetos geotécnicos, inclusive acompanhamento das sondagens iniciais, elaboração dos projetos e acompanhamento das obras e das escavações e desenvolvimento da ensecadeiras para permitir a escavação dos mais de 15m de profundidade do dique seco.

Os grandes desafios dessa obra foram a manutenção da ensecadeira de proteção das escavações.  O conceito foi manter um septo de areia (in situ) e cravar estacas prancha (as mesmas que formaram as paredes do dique) de modo a “impermeabilizar” a ensecadeira. Ocorre que, como é sabido, a estanqueidade desse tipo de parede não é garantida e vazamentos são frequentes, levando a risco de “piping”, o que quase ocorreu em alguns momentos.

Outro desafio foi a descarga do pórtico adquirido da empresa chinesa ZPMC que transportou o pórtico, de 90 metros de altura, semi-montado (duas peças de 45m de altura), fez a montagem final dentro do navio de transporte e a descarga do pórtico completamente montado.

Durante a fase de escavação e concretagem da laje de fundo, foi necessário desenvolver um sistema de contenção do pé das estacas prancha.

Na parede dos fundos do dique, foi necessário manter um septo de areia para conter os deslocamentos do pé da cortina.  

A concretagem da laje de fundo foi realizada em trechos para facilitar a execução e evitar o levantamento do fundo, pois o sistema de bombeamento não atingiu a cota desejada no projeto para o NA. Foi necessário estaquear a laje de fundo para aumentar a capacidade de carga quando o dique for inundado e aumentar a capacidade de levantamento de fundo, quando estiver seco.

As cortinas de estaca-prancha e retro área foram instrumentadas com células de carga de tirantes, medidores de NA, piezômetros tipo tubo aberto e inclinômetros. A viga de coroamento das estacas prancha foram instrumentadas com pinos de recalque e, durante a descarga do pórtico, com tiltímetros.

O monitoramento das estruturas é realizado, até a presente data, pela GEOPROJETOS.

Legenda das fotos:

Foto 1: Vista geral do dique seco, incluindo o cais sul e o pórtico rolante original
Foto 2: Vista da ensecadeira vista de dentro do dique
Foto 3: Vista da ensecadeira vista da crista
Foto 4: O navio que transportou o pórtico aguardando o desembarque, com o pórtico semi-montado
Foto 5: Sistema de contenção do pé das estacas prancha, utilizado nas paredes laterais (ditas Paredes A e B)
Foto 6: Vista da Parede C com o septo de areia para contenção do pé
Foto 7: Vista geral das cortinas atirantadas
Foto 8: Detalhe da cortina atirantada